O psicólogo e linguista Steven Pinker (Montreal, 1954) é um dos mais interessantes intelectuais contemporâneos. Professor em Harvard, concilia a investigação com a divulgação da ciência. Em livros recentes, incluindo “O Iluminismo Agora” (ed. Presença), que é o seu último, usa massas de informação para provar que as visões negativas do estado geral das coisas não se justificam. Segundo Pinker afirmou ao Expresso, “as pessoas pensam que vivemos numa época excecionalmente violenta, que a pobreza está a aumentar, que a iliteracia está a aumentar, e estão erradas, erradas, erradas. Isto não é otimismo, é aquilo que Hans Rosling chama ‘factfulness’. Ele inventou a palavra, que significa ter consciência dos factos”.
Porque acha que a perceção pública é aquela que é?
Em parte tem que ver com a natureza do jornalismo. Ele foca-se em eventos, o que gera um preconceito a favor daquilo que é negativo. Porque muitas vezes as coisas boas consistem em não acontecer nada. Um país estar em paz, ou ser democrático, ou não ter sido atacado por terroristas. Ou as crianças lá crescerem com saúde. Os eventos tendem a consistir em coisas que correm mal: guerras, epidemias, etc. A perspetiva do mundo através do jornalismo é necessariamente diferente da perspetiva a partir de dados e tendências. Jornalistas já me confirmaram que têm a noção de que os assuntos sérios consistem em reportar o que está mal. Corrupção, fracassos, catástrofes, ameaças...
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