Está a dormir.
Plim. O ecrã do telemóvel ilumina-se.
Acordou.
Não é o som deu uma mensagem, é apenas uma notificação.
E agora, o que faz?
Ver ou não ver?
Talvez o cenário que acabamos de descrever já lhe aconteceu. E se se reviu, então faz parte dos 26% de adultos - se for um adolescente, então dos 36% - que acorda pelo menos uma vez durante a noite ao som de uma notificação no telemóvel. A conclusão é do relatório “O Novo normal: pais, jovens, ecrãs e dormir nos EUA”, publicado pela Common Sense Media, uma organização sem fins lucrativos norte-americana.
E entre os que acordam, quais as razões? Uma vez mais temos que agrupar os resultados por faixas etárias: os adultos despertam porque receberam uma notificação e já não conseguem dormir (51%); o mesmo acontece com os adolescentes (54%), no entanto, os mais novos admitem que acordam também para ver as redes sociais (51%).
Para este estudo foram inquiridas mil pessoas nos Estados Unidos: 500 pais com mais de 30 anos e 500 jovens com idades compreendidas entre os 12 e os 18 anos. Os questionários foram feitos nos primeiros meses de 2019 e comparados com um estudo publicado em 2016: “Vício da tecnologia; preocupações, controvérsia e procurar o equilíbrio”.
Outras das conclusões foi que um terço dos jovens deixam o telemóvel junto à cama ao longo da noite. No entanto, mais de metade dos adultos (62%) também o fazem. “Ainda que em taxas menores que os pais, muitas crianças admitem ter o dispositivo próximo da cama (39%), mas é duas vezes mais provável que um jovem durma com o telemóvel na cama (29%). Elas tendem a dormir mais com o telemóvel do que eles (33% versus 29%)”, pode ler-se no estudo.
E apesar dos médicos aconselharem a que não se olhe para ecrãs na hora anterior a ir para a cama, tanto os pais como os jovens o fazem (61% entre os adultos, 70% entre os adolescentes).
Comparando os resultados agora obtidos e o relatório de 2016, há uma mudança bem clara: aumentou o número de adultos que considera passar muito tempo no telemóvel (de 39% para 52%), enquanto entre os jovens diminuiu (de 61% para 29%), assim como entre os mais velhos também cresceu o número de pessoas que se “sente viciada no telemóvel” (de 39% para 45%) e nos mais novos reduziu (de 50% para 27%).
Estão realmente os jovens a diminuir o uso do telemóvel ou tornou-se de tal forma normal, que o que se mudou foi a perceção do que é estar muito tempo agarrados ao ecrã?
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