Sociedade

Sem-abrigo consegue três milhões em bolsas de estudo

A história de Tupac Mosley mostra o que se consegue com inteligência e vontade, mas também com um sistema de apoio a funcionar

Luís M. Faria

Jornalista

Um adolescente cuja família ficou sem casa depois de o pai dele ter morrido angariou 3 milhões de dólares (2,7 milhões de euros) em bolsas de estudo para ir estudar na universidade. O jovem, que tem atualmente 17 anos e terminou o liceu como o melhor aluno da sua classe, recebeu igualmente ofertas de quarenta universidades para estudar nelas.

Tudo isto enquanto ia transitando entre vários endereços temporários e endereço nenhum, como no período em que dormia no chão de motéis. Tupac Mosley conseguiu o seu feito com inteligência e força de vontade, mas também graças ao apoio de outras pessoas.

Durante o discurso de finalistas no liceu de Raleigh Egypt High, em Memphis (Tennessee), que tradicionalmente cabe ao aluno de topo, agradeceu ao seu "espantoso sistema de apoio" cuja ajuda foi decisiva. Mais tarde, numa entrevista, referiu que as suas capacidades de gerir o tempo numa altura excepcionalmente difícil da sua vida também ajudaram.

Entre todos os apoios, destacou o de uma associação chamada For The Kingdom, que gere acampamentos onde jovens desfavorecidos podem ficar. Além de o alojar, a For the Kingdom proporcionou-lhe um endereço fixo a partir do qual Mosley pôde realizar os seus estudos e gerir os seus esforços de angariação de fundos.

Disse estar consciente de que tem obrigação de fazer orgulhosas as pessoas e instituições que o apoiaram, mostrando-lhes "que o seu investimento mereceu a pena e que tudo o que me deram valia três milhões e mais". No outono vai estudar Engenharia Elétrica na universidade do Tennessee, mas para já alugou uma casa perto do "sistema de apoio", família incluída.

O seu objetivo financeiro inicial era um milhão. Quando foi atingido, Mosley decidiu avançar para os dois milhões, e só soube que tinha angariado três milhões depois de acabar o liceu. Com uma almofada dessa dimensão, vai ter o privilégio, relativamente raro nos EUA, de não ter angústias financeiras enquanto enquanto estiver a estudar. "Posso fazer isto com confiança, sem ter de me preocupar com mais nada", explicou à CNN.

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