Sociedade

Bloco de Esquerda quer fim de despejos de casas ocupadas

Bloco de Esquerda quer fim de despejos de casas ocupadas
Nuno Botelho

Bloco de Esquerda quer fim de despejos de casas ocupadas

Bloco de Esquerda quer fim de despejos de casas ocupadas

Carolina Reis

Jornalista

O Bloco de Esquerda quer acabar com os despejos de casas da Câmara Municipal de Lisboa (CML) que foram ocupadas ilegalmente. Numa proposta submetida à autarquia, o BE propõe que sejam suspensas “todas as ordens de desocupação de imóveis habitacionais do município e/ou Gebalis sem que exista uma alternativa habitacional garantida pelo município para agregados em situação de vulnerabilidade económica", lê-se no documento, a que o Expresso teve acesso.

Os bloquistas rejeitam que se trate de uma promoção da ocupação ilegal e requerem também que a autarquia diga quantas casas estão ocupadas, quantas estão devolutas e qual é o plano de atribuição desses apartamentos. "A proposta do Bloco responde à grave crise habitacional na cidade de Lisboa, em que o número de pessoas que não consegue garantir uma casa para si e para sua família é cada vez maior. Verificando o parque habitacional público de Lisboa e os pedidos de apoio para habitação de famílias vulneráveis, seria necessário um aumento do parque habitacional público existente em cerca de 6000 casas, apenas para uma resposta mínima a este défice", defende Manuel Grilo, vereador do BE e responsável pelo pelouro da Educação e Direitos Sociais.

Fonte oficial da autarquia diz que as casas vagas estão destinadas a famílias carenciadas e que serão entregues até ao fim do ano. Mas o Bloco insiste que o esforço da câmara não é suficiente para responder a todas as situações de carência que conduziram "famílias a situações de desespero que têm de ser evitadas".

É o caso de Rita Vieira, mãe solteira com duas filhas a cargo que, em agosto, ocupou uma casa num bairro social de Telheiras. "Não tive outra alternativa. Estive desempregada e não consegui pagar as rendas, acabando por ser despejada. Depois, como ganhava o ordenado mínimo, fiquei de fora no concurso para casa municipal", conta.

A ocupação durou dois meses e terminou com a expulsão da família do apartamento. Na altura, a autarquia justificou a desocupação com a necessidade de a casa entrar em obras para poder ser entregue a outra família carenciada, que também estava a passar por uma situação dramática. Essa família era oriunda do bairro da Boavista e estava à espera de casa há quase um ano.

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