Bloco de Esquerda quer fim de despejos de casas ocupadas
Bloco de Esquerda quer fim de despejos de casas ocupadas
O Bloco de Esquerda quer acabar com os despejos de casas da Câmara Municipal de Lisboa (CML) que foram ocupadas ilegalmente. Numa proposta submetida à autarquia, o BE propõe que sejam suspensas “todas as ordens de desocupação de imóveis habitacionais do município e/ou Gebalis sem que exista uma alternativa habitacional garantida pelo município para agregados em situação de vulnerabilidade económica", lê-se no documento, a que o Expresso teve acesso.
Os bloquistas rejeitam que se trate de uma promoção da ocupação ilegal e requerem também que a autarquia diga quantas casas estão ocupadas, quantas estão devolutas e qual é o plano de atribuição desses apartamentos. "A proposta do Bloco responde à grave crise habitacional na cidade de Lisboa, em que o número de pessoas que não consegue garantir uma casa para si e para sua família é cada vez maior. Verificando o parque habitacional público de Lisboa e os pedidos de apoio para habitação de famílias vulneráveis, seria necessário um aumento do parque habitacional público existente em cerca de 6000 casas, apenas para uma resposta mínima a este défice", defende Manuel Grilo, vereador do BE e responsável pelo pelouro da Educação e Direitos Sociais.
Fonte oficial da autarquia diz que as casas vagas estão destinadas a famílias carenciadas e que serão entregues até ao fim do ano. Mas o Bloco insiste que o esforço da câmara não é suficiente para responder a todas as situações de carência que conduziram "famílias a situações de desespero que têm de ser evitadas".
É o caso de Rita Vieira, mãe solteira com duas filhas a cargo que, em agosto, ocupou uma casa num bairro social de Telheiras. "Não tive outra alternativa. Estive desempregada e não consegui pagar as rendas, acabando por ser despejada. Depois, como ganhava o ordenado mínimo, fiquei de fora no concurso para casa municipal", conta.
A ocupação durou dois meses e terminou com a expulsão da família do apartamento. Na altura, a autarquia justificou a desocupação com a necessidade de a casa entrar em obras para poder ser entregue a outra família carenciada, que também estava a passar por uma situação dramática. Essa família era oriunda do bairro da Boavista e estava à espera de casa há quase um ano.
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