Sociedade

“Só quero ir para casa, por favor ajude-me.” O caso Timmothy Pitzen estará resolvido?

Fotografia de Timmothy Pitzen aos seis anos, pouco antes do desaparecimento
Fotografia de Timmothy Pitzen aos seis anos, pouco antes do desaparecimento
National Center for Missing and

Jovem de 14 anos foi encontrado a vaguear nas ruas de Newport, nos Estados Unidos, após alegadamente fugir dos raptores que o mantiveram em cativeiro durante oito anos. Autoridades vão confirmar a identidade com testes de ADN

“Só quero ir para casa, por favor ajude-me.” O caso Timmothy Pitzen estará resolvido?

João Pedro Barros

Editor Online

Estará um dos mais estranhos e misteriosos desaparecimentos de crianças nos Estados Unidos prestes a ser resolvido?

Possivelmente, só um teste de ADN, a ser realizado esta quinta-feira, vai confirmar que o jovem de 14 anos encontrado a vaguear nas ruas de Newport, no estado de Kentucky, é mesmo Timmothy Pitzen. Em 2011, quando tinha seis anos, desapareceu em Aurora, no Illinois, após o suicídio da mãe. Na altura foram descobertas uma série de cartas desconexas, da progenitora, em que esta indicava que o tinha deixado em “lugar seguro”.

Primeiro, a história da fuga e aparecimento. A polícia de Newport recebeu várias chamadas de pessoas preocupadas com um jovem que parecia andar sem destino na rua, com uma expressão agitada. Foi uma residente chamada Crekasafra Night a abordá-lo ainda antes da polícia e a notar que tinha ferimentos na cara. “Pode ajudar-me? Só quero ir para casa, por favor ajude-me”, terá dito o jovem a Night, que contou a história à televisão local WCPO.

De acordo com a polícia, o jovem alega ter escapado a dois raptores de um motel no vizinho estado de Ohio, após quase oito anos aprisionado. Quando disse chamar-se Timmothy Pitzen, soaram as campainhas: tratava-se de uma criança dada por desaparecida em 2011. Os testes de ADN vão confirmar a identidade e, se o jovem é quem diz ser, será finalmente restituído à sua família.

Para já, soube o jornal “The Cincinnati Enquirer”, a data de nascimento indicada pelo adolescente como sendo a sua é a mesma de Timmothy. Além disso, terá feito uma descrição pormenorizada dos raptores e do veículo em que se movimentam. Até ao momento, as autoridades não encontraram nenhum suspeito.

A história do desaparecimento de Timmothy é trágica: a 11 de maio de 2011, o pai deixou-o na escola como era normal, mas poucos momentos depois a mãe foi buscá-lo alegando uma emergência. Durante dois dias, terá levado o filho a vários parques de diversões, numa espécie de despedida - três dias depois foi encontrada morta, com a autópsia a denunciar cortes nos pulsos e uma sobredose de anti-histamínicos. Amy Pitzen já tinha tentado antes suicidar-se e sofria de depressão. Sabe-se também que tinha um relacionamento problemático com o marido.

O que tornou o caso particularmente mediático foi o facto de Amy ter deixado várias cartas escritas, se bem que nem todos os conteúdos eram compreensíveis. Numa delas, garantia que Timmothy “nunca seria encontrado” e que o tinha deixado num “local seguro”. Em agosto de 2018, o Centro Nacional para Crianças Desaparecidas e Exploradas dos Estados Unidos divulgava na televisão uma imagem de como seria a cara do jovem passados quase oito anos.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: jpbarros@expresso.impresa.pt

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