De todos os rios do mundo, o Amazonas é o mais extraordinário. Vejamos: nos Andes, os geógrafos mantêm em aberto a localização exata da nascente, embora o Nevado Mismi, monte vulcânico no Peru, reúna o maior consenso; no Atlântico, não estão de acordo quanto ao sítio onde termina, portanto, não admira que, em relação ao comprimento, a Wikipédia indique “(...) os valores relatados variam entre 6275 e 7025 km”; factos inquestionáveis: durante o percurso recebe mais de mil afluentes, não há rio algum com um caudal semelhante, o mesmo se passa com a dimensão da bacia hidrográfica. Na parte final, outras singularidades: apresenta embocadura mista, em delta e estuário, caso único, e acomoda a maior ilha fluviomarítima da Terra, Marajó. Esta amplitude explica, certamente, que seja um rio de múltiplos nomes: começa por se chamar Apurímac, depois, consoante vai avançando recebe outras designações para, finalmente, após o encontro das águas dos rios Negro e Solimões, se chamar, até à foz, Amazonas. Proporcionais à grandeza física são os infortúnios: desflorestação, garimpo, queimadas.
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