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Átomos para a guerra, átomos para a paz: as duas caras da energia nuclear explicadas a partir de 21 cartazes icónicos

Glc Peace Posters Keep London Out Of The Killing Ground, 1983. Peter Kennard (N. 1949)
Glc Peace Posters Keep London Out Of The Killing Ground, 1983. Peter Kennard (N. 1949)

80 anos depois de Hiroshima, com Rússia e Israel envolvidos em conflitos bélicos, voltamos a olhar para o potencial e o perigo da energia nuclear. Jorge Calado, crítico de arte e professor emérito do Instituto Superior Técnico, visitou a exposição de cartazes sobre o tema na Poster House, em Nova Iorque, e explica as duas caras do nuclear


Energia é sinónimo de civilização e desenvolvimento. Num princípio, eram a combustão do carbono (madeira, carvão), os moinhos de vento e as noras de água. A invenção, no final do século XVII, da máquina a vapor originou a I Revolução Industrial que permitiu substituir uma matéria-prima de construção (madeira), por outra (ferro), mais resiliente. A combustão do carvão aquece a água da caldeira e o trabalho da força de pressão do vapor pode ser usado para produzir movimento mecânico (por exemplo, acionando a bomba de extração de água das minas de carvão ou de minério de ferro). Infelizmente, no que respeita à energia, Portugal andou sempre atrasado. A máquina a vapor (ou do fogo) era vista como um engenho infernal, condenado pela Inquisição; por cá, só começou a ser utilizada nos anos 1820. Por essa altura, Michael Faraday estava em vias de iniciar nova revolução energética com a invenção do dínamo elétrico (que converte a energia do movimento rotacional em eletricidade). Estava aberto o caminho à utilização moderna das energias hidroelétrica e eólica. A descoberta da corrente alternada em 1832 facilitou a distribuição da eletricidade a longa distância. Em Portugal, a opção pela energia hidroelétrica (barragens nos rios Zêzere, Cávado, etc.) data dos anos 1940-50, por ação do ministro José Ferreira Dias (coincidindo com o início da era nuclear).

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