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Há 65 anos, a fuga de Álvaro Cunhal da prisão mudou o rumo do PCP: toda a história que agora deu um filme

Há 65 anos, a fuga de Álvaro Cunhal da prisão mudou o rumo do PCP: toda a história que agora deu um filme

Em 1960, a fuga de uma dezena de altos dirigentes comunistas do Forte de Peniche abriu um novo período na história do PCP. Álvaro Cunhal anulou Júlio de Melo Fogaça para recuperar o cargo de secretário-geral do partido, impôs a insurreição popular armada como estratégia para a tomada de poder e exilou-se na União Soviética com a sua única filha, nascida de um relacionamento iniciado na fuga. O filme “Camarada Cunhal”, do realizador Sérgio Graciano, sobre os anos da clausura e a operação de libertação, chega aos cinemas a 24 de abril

Há 65 anos, a fuga de Álvaro Cunhal da prisão mudou o rumo do PCP: toda a história que agora deu um filme

Adelino Cunha

Historiador

As temperaturas começavam a mergulhar abaixo dos 10 graus em Torres Vedras naquele início de noite, mas foi o medo e a ansiedade que se cravaram em Isaura Moreira quando vislumbrou as luzes dos carros a galgar a Estrada Nacional 9. No dia 3 de janeiro de 1960 estava com o pai no cruzamento para Matacães à espera do grupo de comunistas que acabara de fugir do Forte de Peniche. Não reconhece todas aquelas pessoas que chegam nos dois carros, mas identifica facilmente a figura de Álvaro Cunhal. Não se demoram mais do que alguns minutos, porque António João tem de arrancar rapidamente com um enigmático passageiro no banco de trás. Trata-se do guarda da GNR que colaborara na fuga. O PCP terá agora de escondê-lo durante vários meses, até conseguir colocá-lo na Roménia com a família, onde acabará por se suicidar.

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