Quando, no início do período de aulas, aquele professor franzino entrava no anfiteatro onde os estudantes se apinhavam, talvez não impressionasse alguns dos presentes. Para mais, dedicava-se ao primeiro dos cinco anos da licenciatura, seguindo o princípio de que quem gosta de dar aulas se deve empenhar em abrir a porta do curso, pelo que nem toda aquela gente o conheceria ainda. Contudo, era uma lenda para quem já tinha passado pelo Instituto, a mais antiga Faculdade de Economia do país, por ter renovado o seu ensino, e para quem se opunha ao salazarismo. Os seus livros foram as mais importantes análises sobre a economia portuguesa e eram lidos com avidez, dando lugar a sucessivas edições. O professor era Francisco Pereira de Moura, que criou a ciência económica moderna em Portugal e foi um exemplo de cidadania. Passam este abril 100 anos sobre o seu nascimento, e o seu percurso é lembrado por este artigo, ao mesmo tempo que é inaugurada uma exposição comemorativa na sua escola, o ISEG.
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