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Exposições de massas: a nova droga dos museus

Visitante do Rijksmuseum, em Amesterdão, observa a obra “A Leiteira”, de Johannes Vermeer (1632-1675). Em 2023, os bilhetes para a maior exposição de sempre do artista, promovida por aquele museu neerlandês, esgotaram em dois dias
Visitante do Rijksmuseum, em Amesterdão, observa a obra “A Leiteira”, de Johannes Vermeer (1632-1675). Em 2023, os bilhetes para a maior exposição de sempre do artista, promovida por aquele museu neerlandês, esgotaram em dois dias
Henk Wildschut/Rijksmuseum

Viciados e dependentes economicamente das grandes exposições de massas, ou blockbusters, que apostam na perpetuação dos nomes facilmente reconhecíveis pelo público, os grandes museus aproximam-se perigosamente da redução do seu espaço a um local de consumo. E também a experiência do visitante se transforma num pesadelo

Exposições de massas: a nova droga dos museus

Valdemar Cruz

Jornalista

No dia 27 de março Serralves inaugurava a primeira grande exposição em Portugal da nonagenária artista plástica japonesa Yayoi Kusama. Nos dias imediatos, as salas do Museu surgiam apinhadas de visitantes. Vendiam-se bilhetes com horários de entrada definidos, de modo a evitar a excessiva concentração de pessoas ao mesmo tempo e no mesmo espaço. Não se terá verificado o frenesim ocorrido no Rijksmuseum de Amesterdão entre fevereiro e junho de 2023 para ver a maior exposição alguma vez organizada com obras de Johannes Vermeer, ao ponto de os bilhetes vendidos na internet terem esgotado em dois dias. Também poderá ter estado longe das infinitas filas criadas para aceder ao Museu d’Orsay, onde até ao passado dia 14 de julho esteve a mostra “Paris 1874 Inventer l’impressionisme”. Algo de parecido se passava em simultâneo no Centro Georges Pompidou para aceder à obra de Brancusi, tido como o inventor da escultura moderna, e encerrada no passado dia 1 de julho.

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