No fim de semana das eleições europeias, Iqbal Houssain e a mulher, Freyda Sari, estavam tão assustados que não abriram o seu restaurante indonésio na Póvoa de Varzim, e pensaram fazer as malas para abandonar Portugal. Fechados em casa, atemorizados com as mensagens de ódio que receberam no telemóvel e no e-mail, consideraram regressar à Indonésia, país de origem da mulher, para onde já tinham levado a filha, de dois anos, cidadã portuguesa, e de quem o imigrante do Bangladesh falou a chorar quando interpelou André Ventura durante uma arruada da campanha eleitoral. Foi um impulso emocional de que se arrepende. Fez-se passar por admirador do líder do Chega para se queixar, em português rudimentar, do “racismo” que o via promover, e denunciar as condições sub-humanas em que vivem os pescadores indonésios que trabalham no velho bairro piscatório das Caxinas, em Vila do Conde. Do político, não recebeu pingo de empatia. De resto, só arranjou problemas.
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