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Vinhos: o Alentejo é uma nação, mas precisa de reformulação

Vinhos: o Alentejo é uma nação, mas precisa de reformulação
Getty Images

Cada vez mais os produtores acrescentam à D.O. Alentejo o nome da sub-região, procurando dar mais força à sub-região; acresce que muitos produtores, inexistentes em 1988, nem têm direito à Denominação de Origem. Esta é uma guerra antiga sem fim à vista

Os três vinhos sugeridos hoje são do Alentejo. Houve alguma coincidência, mas a verdade é que a região continua a ser das preferidas dos consumidores. E há razões para isso. O Alentejo não é uma região de sentido único: é uma manta de retalhos, um mosaico de solos, microclimas e castas e, consequentemente, de estilos de vinhos, desde os elegantes e finos aos concentrados e muito densos. Pode perguntar-se o porquê de uma região tão vasta ter um único “chapéu” protetor. As razões são muitas e algumas delas de carácter político. Quando se fez a demarcação da região, ela não era o que é hoje, não só em área de vinha como em número de produtores. Por necessidades políticas da época (1988), para contentamento das forças vivas e para não ir contra a vontade dos grandes operadores da região — as adegas cooperativas —, demarcaram-se algumas sub-regiões que se mantêm até hoje. O Alentejo de hoje tem pouco a ver com o que existia em 1988. Nesse tempo, além das cooperativas, havia muito poucos engarrafadores: Quinta do Carmo, Mouchão, Tapada do Chaves, José de Sousa, Santos Jorge e Fundação Abreu Callado. O número de produtores teve um crescimento exponencial e hoje muitos deles são mais importantes e fortes que as adegas cooperativas.

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