
No início dos anos 90, a ideia de Dirk Niepoot rendeu frutos. Lembro-me de me ter interrogado o quanto aquela aventura não teria custado, mas o tempo demonstrou que, quando se faz bem, os resultados aparecem
No início dos anos 90, a ideia de Dirk Niepoot rendeu frutos. Lembro-me de me ter interrogado o quanto aquela aventura não teria custado, mas o tempo demonstrou que, quando se faz bem, os resultados aparecem
No número mais recente da revista “Revue du Vin de France” vem uma entrevista de fundo com Dirk Niepoort, agora afastado da gestão quotidiana da sua empresa de Vinho do Porto. Passou para o filho Daniel a tarefa, hercúlea, de gerir a firma que outrora foi exclusivamente de generoso e que hoje divide a faturação com vinhos tranquilos, sejam do Douro, do Dão ou da Bairrada. Ao ler a entrevista, recordei a primeira viagem que fiz ao Douro a convite de Dirk, algures em 1990 ou 91. O que é mais interessante de constatar, mesmo visto à distância, é que Dirk percebeu, antes de todos, que tinha de fazer uma operação de charme trazendo ao Porto e ao Douro um conjunto alargado de pessoas, entre jornalistas, críticos e importadores de vinho, para lhes mostrar as virtudes dos seus vinhos do Porto e lançar as primeiras ideias de vinhos tranquilos do Douro. A parte logística foi, no mínimo, uma odisseia: à parte a cidade do Porto, onde todos ficaram no Ipanema Park — à data o hotel mais luxuoso da cidade — a ida ao Douro era uma aventura: não havia onde comer, não havia onde dormir, não havia o que beber a não ser Porto. Assim, enquanto uns ficaram na Pousada de Alijó, outros dormiram em Chanceleiros e outros ainda em Casal de Loivos.
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