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Eis o novo Barca Velha, agora de 2015: o que têm de especial as 16.567 garrafas de vinho desta edição?

Eis o novo Barca Velha, agora de 2015: o que têm de especial as 16.567 garrafas de vinho desta edição?
Getty Images

Um tinto de luxo… a começar no preço!

A saída para o mercado de uma nova edição do tinto Barca Velha (BV) é sempre um acontecimento e, também, notícia de relevo. As razões são muitas e algumas delas algo inesperadas. Vejamos: é uma marca antiga, uma vez que a primeira edição foi em 1952; é verdade mas, à data da saída do tinto fundador, algumas marcas (que ainda hoje existem) já estavam no mercado, como, por exemplo, os tintos Periquita, Quinta da Aguieira, Caves S. João ou Evel. Não era o único tinto do Douro e por isso não é por aí. A razão principal, creio, ficou a dever-se a dois tipos de fatores: os cuidados com que foi feito desde o início, sempre na busca da perfeição, e a raridade com foi saindo.

Foi-se assim cimentando a ideia de que se tratava de um produto raro e, como tal, cobiçado. Tem uma outra característica que não é de somenos: é um dos tintos mais caros que se produzem em Portugal e, dentro dos vinhos de luxo, aquele que se faz, de longe, em maior quantidade. Este “pequeno” pormenor deveria servir de exemplo àquele grupo de produtores/enólogos/consultores que se entretêm a colocar vinhos caríssimos no mercado, achando que estão a descobrir a pólvora e que o povão, ignaro por natureza, se disporá a ir a correr comprar.

Falando da raridade, este vinho, teve nos tempos mais recentes, edições em 1999, 2000, 2004, 2008, 2011 e agora 2015, algo como seis edições em 25 anos. Há duas modalidades para vender estes vinhos mais caros: a fórmula bordalesa — o vinho sai todos os anos e nos anos menos bons é mais barato — ou esta fórmula portuguesa que faz com que o vinho só seja colocado no mercado nos anos considerados excecionais. No caso dos topos de gama de Bordéus o preço pode duplicar nos melhores anos. No nosso caso, ao ser mais raro, é sempre caro e o preço tem estado numa curva ascendente alucinante desde as colheitas dos anos 90. Torna-se assim um produto inacessível, ficando nas mãos sobretudo dos consumidores brasileiros e angolanos. Provavelmente não seria esta a ideia da Sogrape mas… é a vida!

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