
No “Via 14”, na Via do Oriente, um cozinheiro discreto dá uma lição de sabor sem sofisticações. Mia Couto dizia que “cozinhar é uma forma de amar os outros”. Aqui amam os clientes, e não é pouco!
No “Via 14”, na Via do Oriente, um cozinheiro discreto dá uma lição de sabor sem sofisticações. Mia Couto dizia que “cozinhar é uma forma de amar os outros”. Aqui amam os clientes, e não é pouco!
Não é uma novidade, nem um local de ambiente moderno, assemelhando-se mais a uma sala de jantar para encontros familiares. Está há alguns anos entre espaços comerciais de ementas diversificadas, desde sushi, steakhouse, bistro, pizaria, e também uma geladaria ou uma padaria de massa-mãe. A Via do Oriente é abrangente e longa, terminando no rio Trancão e ladeando parte do recente Parque Tejo, do famoso palco altar. O número 14 da rua é morada do restaurante Via 14, e por pouco não era a lotação da casa. A salinha com meia dúzia de mesas, e mais algumas na esplanada, tem discretos apontamentos de casa familiar, garrafas de vinho dispersas aqui e acolá, e uma ementa fixa com três ou quatro sugestões de almoço. Na cozinha está o proprietário discreto, que vim a aperceber-me por recortes de imprensa expostos nas paredes ter sido jogador de futebol e ter raízes angolanas. Luís Soares cozinha com a sabedoria dos autodidatas e cheguei aqui avisado por voz sabedora. Na restauração há cada vez mais vias de negócio. Os mal pensados, com investimento elevado, muita publicidade, fraca qualidade e o máximo retorno possível no espaço de tempo que conseguirem durar. Os estruturados, que têm um plano de negócios, investimento calculado e por norma dentro de um grupo empresarial. Os familiares, que aguentam os embates com despesas mais fáceis de controlar e espaços próprios de gerações anteriores. E por aí fora…
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