Outra brisa, no restaurante Veleiros: uma casa renovada por um cliente apaixonado

O crítico gastronómico Fortunato da Câmara provou os principais pratos da carta e dá o seu veredito
O crítico gastronómico Fortunato da Câmara provou os principais pratos da carta e dá o seu veredito
Alguma restauração anda de novo à bolina de ventos turísticos e a aproveitar o fluxo de consumo miscigenado dos poucos residentes acima dos juros ascendentes e dos expatriados endinheirados, ajudando a fazer sol entre os buracos das nuvens. Com novas aberturas consecutivas em Lisboa e no Porto nos últimos meses (e outras que se anunciam), ainda sobram histórias dispersas das mazelas profundas que a pandemia foi abrindo aqui e ali. O Veleiros, junto à estrada atlântica que ombreia com o mar desde Leça, em Matosinhos, tem há vários anos lugar marcado com as tradições da boa mesa na ligação da Praia do Paraíso com a Ribeira de Joane. Esteve com o fim à vista, mas os proprietários passaram-no a um cliente da casa, que resgatou a sua memória.
O marulhar das águas costeiras nos rochedos vizinhos é presença fixa na ementa visual da casa, graças às vidraças da sala alta do segundo piso. A vista sobre o horizonte tempera uma carta tradicional com especialidades da casa que a nova gerência quis preservar quando no outono reabriu as portas. Obras de requalificação totais, sugestões vegetarianas na lista, alguns elementos da equipa anterior, e vários dias de casa cheia, como na nossa visita, são os desafios de Marcos Allen. O impulsionador dos take-away no Grande Porto durante os confinamentos, está agora na pele de empresário e desdobra-se em atenções.
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