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Como a água que corre: à descoberta da Calheta, na ilha da Madeira

Como a água que corre: à descoberta da Calheta, na ilha da Madeira

A Madeira, ilha do turismo de massas, ainda mantém alguns segredos bem guardados. Na Calheta, há lugares para descobrir com calma

Gostamos da Madeira. A nossa Macaronésia do Atlântico Norte, situada entre a Europa e a África, com a sua vegetação exuberante a cair sobre o mar. Mal as portas do avião se abrem, o cheiro a temperatura quente e doce invade a atmosfera como uma promessa de consolo ameno como só a natureza consegue proporcionar. Sempre teve esta vocação a ilha. A vocação de atrair e receber. Primeiro vieram os turistas viajantes, presos no exotismo agreste das paisagens sublimes. Depois, já no decorrer século XIX, chegaram os pacientes para tratar as doenças pulmonares. Permaneciam longas temporadas com o séquito de acompanhantes, pois a fama do clima estável e a água das nascentes que corriam pelas montanhas, ricas em qualidades terapêuticas, impulsionaram assim o turismo medicinal. A fauna e flora autóctones, abundante em biodiversidade, a particular morfologia dos relevos montanhosos, assim como o desfrute das atividades marítimas proporcionadas pela costa, sempre foram a grande atração da Madeira. E se num tempo em que cada vez mais as palavras ecologia e sustentabilidade fazem parte do glossário do tão procurado turismo-natureza, o movimento local tem-se empenhado em seduzir os visitantes, cuja tendência é fixarem-se na cosmopolita Funchal, para cada vez mais proporcionarem ofertas para que se possa usufruir com tempo as concelhias rurais, até há poucas décadas de difícil acesso e isoladas do centro e, também por isso, mais preservadas.

É o caso da Calheta. Um dos concelhos mais extensos do arquipélago, que se expande pela frente marítima da costa sudoeste, cujo povoamento e produção agrícola remonta ao início do século XVI. Devido à sua exposição solar, o núcleo urbano da vila Calheta, situada no vale, é uma terra privilegiada pelo sol. Tem também a vantagem de estar muito próxima das zonas montanhosas e dos seus parques naturais, proporcionando inúmeras possibilidades de passeios por trilhos entre caminhos de água, desenhados por fontes naturais e pelo trabalho das levadas, enquadrados por miradouros de vistas panorâmicas. Entre eles escolhemos o parque do Rabaçal. O único planalto da ilha, que tem a maior ocupação de floresta Laurissilva, classificada pela UNESCO como Património Natural da Humanidade.

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