Quando é que o guião de “Crimes do Futuro” foi escrito, ao certo?
Em 1998.
E alterou-o para o filme que realizou agora?
Só em pequenas coisas, por necessidades de produção. Rodámos em Atenas, não em Toronto como eu tinha previsto nos anos 90. As ruas são diferentes, visualmente é outro filme, tínhamos o Mediterrâneo, barcos. E muitos edifícios abandonados, consequências da crise económica de 2008. Isto ajudou-me a criar a ambiência de um mundo que imaginamos decadente mas que ainda podemos sentir ser real.
Porque é que esta história ficou tantos anos na gaveta? “Crimes do Futuro” pertence claramente à linhagem de “Crash” (1996) e de “eXistenZ” (1999) mas antecipa também muitos aspetos que só trataria mais tarde.
Não há um sentido pragmático para responder a isso. Nós tentámos fazer o filme várias vezes com diferentes produtores antes de Robert Lantos se envolver no projeto. Mas ora tínhamos atores e falta de dinheiro, ora havia investimento e os atores que eu queria não estavam disponíveis. É a minha sina. São dores de cabeça recorrentes para quem faz filmes independentes.
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