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“Uma guerra de estúpidos e de incompetentes, da parte dos grandes”, como quase todas

“Uma guerra de estúpidos e de incompetentes, da parte dos grandes”, como quase todas
Délio Jasse/Galeria Filomena Soares

A liberdade ganha a 25 de Abril de 1974 deve muito ao passado sofrido em África, com sementes de discórdia germinadas em contexto militar. Portugal correria para a democracia sem esse fator? Sem a gangrena social e os gastos com as três frentes de guerra nas colónias? Ninguém poderá adivinhar o grau de importância para a nossa liberdade, mas os movimentos armados africanos ajudaram a tornar insustentável a ditadura portuguesa, que sobrevivia ligada aos destinos do império

“Uma guerra de estúpidos e de incompetentes, da parte dos grandes”, como quase todas

João Pacheco

Jornalista

LISBOA — LAGOS

Há estes meninos fardados. E há o cinema para indígenas, as cartas escritas em África, as tropas em parada, aquela família à mesa. Um avião que espera e uma mulher de joelhos, a olhar-nos com medo nos olhos. Há slides e cianotipias com uma roda gigante, casamentos, uma piscina, instantes sobrepostos. Nas imagens de arquivo trabalhadas por Délio Jasse, adivinhamos o eco da palavra de ordem “Angola é nossa”. E por falar em ordem, aqui estão duas esculturas de madeira em forma de carimbo. A poucos passos, uma carta da época é lida alto: “Esta guerra é uma guerra de estúpidos e de incompetentes, da parte dos grandes.” A descrição aplica-se quase sempre às guerras. E qualquer regime pode cair de podre.

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