
Nos últimos anos, Portugal tem caminhado sempre entre os primeiros lugares do mundo em número de dadores falecidos. Para isso valeu-lhe uma lei inovadora, abençoada pelo Papa, e um registo tímido, de que pouca gente fala
Nos últimos anos, Portugal tem caminhado sempre entre os primeiros lugares do mundo em número de dadores falecidos. Para isso valeu-lhe uma lei inovadora, abençoada pelo Papa, e um registo tímido, de que pouca gente fala
Estava a década de 90 a começar e o governo de Cavaco Silva a estrear-se, quando o primeiro dossier que Arlindo de Carvalho deu ao secretário de Estado da Saúde foi “tratar dos transplantes”.
Em vez do obsoleto pedido de autorização à família para usar um ou mais órgãos, no momento da morte, para tentar salvar outra pessoa, era preciso uma legislação mais amiga da cirurgia, capaz de reduzir duas mortes em apenas uma e de perpetuar a vida no corpo de outro alguém.
Para o médico Martins Nunes, encarregado da tarefa, o tema era complexo demais para uma lei não aglutinadora. Havia já dois projetos-lei, um da sua cor política, PSD, e outro do PS. “Tínhamos de arranjar maneira de chegar a uma doação presumida, pegando no princípio da solidariedade presumida das sociedades modernas”, recorda agora o ex-secretário de Estado.
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