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Televisão: a sério, Philomena Cunk? Uma muito particular visão do mundo

Televisão: a sério, Philomena Cunk? Uma muito particular visão do mundo

A nova criação de Charlie Brooker marca um corte com a distopia de “Black Mirror”, mas há uma razão para isso: esse é hoje “O Nosso Mundo, Segundo Philomena Cunk”

A polarização é um vício que as redes sociais alimentam, mas é também o ingrediente-chave de um vasto grupo de programas de humor onde a política está desde sempre no centro da narrativa. A receita fez sucesso durante décadas, mas há algo a acontecer no seio de um formato muito próprio da televisão norte-americana. A tendência decrescente tem especial expressão no que diz respeito ao late night diário e não há como negá-la: os telespectadores estão a abandonar o hábito de se sentarem no sofá ao final da noite e ficar a ver e ouvir um apresentador-humorista falar sobre acontecimentos recentes, cruzando entrevistas, trechos informativos e sketches num canal linear.

O problema não é novo, está mais do que identificado, e a solução parece estar na inovação, numa altura em que as audiências estão a cair, os grandes nomes estão em fuga e as televisões procuram soluções que cruzem várias temáticas e segurem os telespectadores. Serão vários os programas em produção com esse objetivo, mas o primeiro grande sucesso de 2023 é o inesperado “O Nosso Mundo, Segundo Philomena Cunk”, produzido pela BBC e disponível em streaming na Netflix. É um tiro certeiro num género onde a disrupção por vezes escasseia e uma das razões para o sucesso poderá estar no facto de o mundo estar (sobre)carregado de humor político. E isso é algo que Philomena Cunk (Diane Morgan), que se apresenta com uma muito particular visão do mundo, não faz.

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