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Teatro & Dança

Teatro: O que nos resta quando “A Casa Morreu”?

“Diário de Uma República” junta teatro e fotografia, com direção artística de Fernando Giestas e imagens de Augusto Brázio (autor desta fotografia) e Nelson d’Aires
“Diário de Uma República” junta teatro e fotografia, com direção artística de Fernando Giestas e imagens de Augusto Brázio (autor desta fotografia) e Nelson d’Aires
Augusto Brázio

Com a terceira edição do projeto “Diário de Uma República”, a companhia Amarelo Silvestre centra-se num assunto vital: a habitação. Junta teatro à fotografia e passa por Loulé, Gouveia, Almada e Coimbra

“Falemos de Casas”, escreveu Herberto Helder no início de um dos seus poemas; “Oh as casas as casas as casas”, escreveu Ruy Belo, exclamativamente e reiteradamente num poema famoso. Os exemplos seriam imensos, ficando só pela literatura. A casa é um tema recorrente e central em muitas obras, para muitos escritores. De maneira simples, e generalizando perigosamente, a casa está diretamente relacionada com a vida das pessoas, e tem sido tematizada enquanto espaço crucial para a sua sobrevivência, com possibilidades de alargamento simbólico ilimitadas. Mas, e voltando ao poema de Herberto Helder, vale a pena ler um pouco mais: “falemos de casas, do sagaz exercício de um poder/ tão firme e silencioso como só houve/ no tempo mais antigo.” Falar de casas é aqui, também, falar do “exercício de um poder”, que é, também, “firme e silencioso”, tão firme e tão silencioso que o poema nos remete, para enfatizar essa adjetivação, para o “tempo mais antigo” que a arte inventa e refere.

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