Há uma qualidade outonal na música de Francisca Cortesão, que desde o promissor EP de estreia, em 2008, assina como Minta. No ano seguinte juntou-se, numa designação de inspiração literária, o conforto de uma banda, e é nesse formato coletivo — Minta & the Brook Trout — que, nos últimos 16 anos, partilha o seu universo. Na obra da artista nascida no Porto em 1983 não há sobressaltos nem espalhafato. Frequentemente, mas nem sempre, acústicas, as suas canções são feitas de pormenores — sons discretos, assobios maviosos, melodias que apetece trincar — e muito perfeccionismo. Em “Stretch”, o quinto álbum, a receita não muda: transportadas pela voz quente e inabalável da ‘dona’, as canções pintam retratos minuciosos de situações e sentimentos, apertando o plano em busca do que é íntimo e transmissível.
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