Em 2017, Tim Bernardes, cantor-compositor e músico de mão-cheia, tinha 26 anos e um coração partido. Sozinho, mergulhou na dor e ao emergir, rumo ao estúdio de gravação, trouxe consigo uma coleção de canções inatacável. Primeiro disco a solo para o brasileiro, que é também vocalista da banda indie O Terno, “Recomeçar” representa, na verdade, mais do que um cacho de histórias tão pessoais como transmissíveis; tendo nascido de uma assentada só, é pelo autor descrito como uma “peça única” — bem distinto, assim, de “Mil Coisas Invisíveis”, disco que lançou este ano, não sem acusar compreensível pressão. Afinal, nos anos desde que “Recomeçar” encontrou o seu lugar nos corações de melómanos dos dois lados do Atlântico, a responsabilidade deste cronista musical também cresceu. “Tenho a sorte de ter O Terno”, explica, a partir de São Paulo. “Logo na sequência do ‘Recomeçar’, fiz um disco com eles, que é talvez a minha safra favorita de canções. Essa alternância entre banda e solo ajuda a escapar à pressão. Mas confesso que, de vez em quando, tinha esses pensamentos de ‘será que esperariam algo mais de mim?’. Depois coloquei isso de lado, porque não foi por isso que comecei a fazer música. Tenho de fazer do jeito que acho bonito. Para que, se o único ouvinte desse disco fosse eu, eu adorasse.”
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