
“Álcoois”, de Guillaume Apollinaire, foi publicado em 1913. Lê-lo hoje é continuar admirar como a eliminação da pontuação em nada prejudica o ritmo, as enumerações e a exuberância vocabular, e o bulício da cidade novecentista
“Álcoois”, de Guillaume Apollinaire, foi publicado em 1913. Lê-lo hoje é continuar admirar como a eliminação da pontuação em nada prejudica o ritmo, as enumerações e a exuberância vocabular, e o bulício da cidade novecentista
Robert Bréchon, biógrafo de Pessoa, escreveu, num texto citado na badana deste livro: “Todas as tendências da poesia moderna parecem ter passado por ele [Apollinaire]; todas as vozes parecem ter-se confundido (…) na sua voz.” Tal como Pessoa, que criou movimentos-de-um-só-homem, ou quase, como o sensacionismo e o paulismo, Guillaume Apollinaire (1880-1918) fez a transição do simbolismo (ainda presente em “Álcoois”, 1913, mas já não em “Calligrammes”, 1918) para todos os modernismos: letrismo, futurismo, dadaísmo, surrealismo. Esta primeira colectânea é heteróclita, e inclui canções, poemas dramáticos, alegorias, epitalâmios, além de uma sequência de “poemas renanos” algo arcaizantes.
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