Publicado em 1884, o romance “As Aventuras de Huckleberry Finn”, de Mark Twain, é um clássico da literatura norte-americana que não escapou, durante o século XX, a sucessivas vagas de problematização, em torno do modo como representa as personagens negras. Com as suas 219 ocorrências da palavra “preto” (nigger, a N-word que se tornou tabu) e de vários estereótipos raciais mais ou menos grosseiros, será que o texto tem um fundo racista? Ou, pelo contrário, reflete apenas a realidade social da época descrita (as décadas de 1830-40) e desmonta até os ditos estereótipos, ao revelar as suas falácias? Ao longo dos últimos 140 anos, as opiniões dividiram-se, mas o que nunca se questionou foi a qualidade da escrita de Twain, o seu génio literário.
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