
“Os Amantes da Auto-Estrada do Sul”, de Susana Araújo, é um caos de ritmo e métrica que abole as fronteiras entre géneros literários e cria o seu próprio território
“Os Amantes da Auto-Estrada do Sul”, de Susana Araújo, é um caos de ritmo e métrica que abole as fronteiras entre géneros literários e cria o seu próprio território
É cada vez mais raro depararmos com livros que nos troquem as voltas, abolindo fronteiras entre géneros e inventando o seu próprio território. “Os Amantes da Auto-estrada do Sul” é um livro assim e não vale sequer a pena tentar encaixá-lo numa categoria. Nele coabitam três percursos, três estradas eventualmente paralelas (ou talvez sobrepostas, decerto imbricadas), perfazendo uma estranha mistura de histórias de amor e morte, derivas e hiatos, buscas e cesuras. Numa das faixas imaginárias temos dois amantes em fuga, que avançam para sul e vão dormindo em casa de amigos, hotéis de estrada, pensões baratas, comendo em estações de serviço e devorando o horizonte, na iminência do fim inevitável que ambos antecipam.
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