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Livros: O maior risco da nossa vida, por Anne Carson

A poetisa e classicista canadiana Anne Carson nos anos 90: anos antes, em 1986, abordava em ensaio a definição de Safo, que identificou Eros como amargo e doce
A poetisa e classicista canadiana Anne Carson nos anos 90: anos antes, em 1986, abordava em ensaio a definição de Safo, que identificou Eros como amargo e doce
Peter Power/Toronto Star via Getty Images

Um ensaio sobre o Eros na literatura, escrito em 1986, a poeta e classicista Anne Carson parte da definição de Safo, que identificou Eros como amargo e doce, dando-nos conta dos seus paradoxos e contradições

Que Eros é agridoce não tem contestação. Poucos terão experimentado apenas a sua doçura ou amargura. Neste ensaio de 1986 sobre o Eros na literatura, sobretudo na literatura grega antiga, a classicista canadiana Anne Carson (hoje admiradíssima poetisa) parte da definição de Safo, que identificou Eros como amargo e doce, para nos dar conta dos seus paradoxos. Ao longo do livro, erudito e estranhamente pessoal, pois nos diz respeito a todos, Carson dá exemplos literários e filosóficos de “estabilidade na vertigem”, desse correr sem chegar a lado nenhum, de um amigo inimigo, e assim por diante. Em Eros, o amargo e o doce são categorias simultâneas, não sucessivas, e a ambiguidade existe a cada momento. O que se explica pelo facto de Eros nascer da carência ou da ausência: “o amante deseja o que não tem”.

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