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Livros: porque é que as matérias-primas mandam no mundo

Sinal colocado em Salinas Grandes, na província argentina de Jujuy: os mineiros exigem que o terceiro maior campo de sal do mundo não seja destruído em prol da extração de lítio
Sinal colocado em Salinas Grandes, na província argentina de Jujuy: os mineiros exigem que o terceiro maior campo de sal do mundo não seja destruído em prol da extração de lítio
Ricardo Ceppi/Getty Images

Ed Conway conta-nos a história de seis substâncias vitais para a história das sociedades humanas, que são também determinantes do futuro

Luís M. Faria

Jornalista

Não é invulgar surgirem livros que procuram explicar o alegado sucesso ou fracasso das nações através de elementos diversos, desde a geografia até ao regime político e económico. Essas obras contêm geralmente informações úteis, mas o próprio facto de tentarem marcar pontos num suposto campeonato entre países causa rejeição nalguns leitores interessados unicamente em ficar a perceber um pouco melhor algumas estruturas básicas do meio em que vivem. Para estes, “Mundo Material” é recomendável. O autor, Ed Conway, é um jornalista económico com uma longa e distinta carreira na imprensa séria britânica, atualmente editor económico da “Sky News” que também escreve livros. Os seus títulos anteriores incluem uma douta e clara explicação de 50 conceitos económicos essenciais e uma história de Bretton Woods, o acordo de 1944 que reconstituiu o sistema financeiro internacional, criando o FMI e o Banco Mundial. O que quer que se pense destas duas instituições, ninguém duvidará da sua importância fundamental ainda hoje. A um nível superior, mas de forma muito mais discreta, as seis substâncias em que Conway se concentra neste livro são elementos constitutivos essenciais do nosso mundo. “Embora expressões como Idade da Pedra, do Bronze e do Ferro costumem ser usadas para designar eras distantes e esquecidas, na realidade a nossa dependência de utensílios e materiais físicos, longe de diminuir, tem-se expandido”, diz Conway. “Se pensarmos na quantidade de areia e de pedra que continuamos a extrair do planeta, podemos dizer que continuamos firmemente ancorados na Idade da Pedra. A nossa necessidade de aço e cobre cresceu em anos recentes, pelo que esta é, também, a Idade do Ferro, para não falar da idade do cobre, do sal, do petróleo e do lítio.”

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