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O Portugal esquecido mas ainda atual de Rentes de Carvalho

São histórias de Trás-os-Montes desfiadas com aspereza e sobranceria, que tratam as vítimas com a mesma implacabilidade
São histórias de Trás-os-Montes desfiadas com aspereza e sobranceria, que tratam as vítimas com a mesma implacabilidade
Getty Images

Aos 94 anos, Rentes de Carvalho vira a lente para os portugueses do interior profundo e das periferias das grandes cidades: gente desamparada, resignada ou no obscurantismo mais cavo sobre o que se possa passar atrás da linha do seu horizonte restrito, que faz pela vida “como sempre se fez”

São 84 pedaços de um Trás-os-Montes pessoal, escritos entre o conto, a crónica e o apontamento lateral, através do olhar desapiedado de Rentes de Carvalho que, aos 94 anos, retrata um Portugal anacrónico à luz da planura desenhada pelos televisores, que retransmitem um país civilizado e pretendem esquecer um outro, povoado de tratantes e velhacos, que apenas as redes sociais e os canais especializados em temas infaustos replicam numa agenda mediática a puxar pela lágrima ou pelo horror. Mas existe ainda um terceiro estrato, sobretudo no interior profundo e nas periferias das grandes cidades, constituído por gente desamparada, resignada ou no obscurantismo mais cavo sobre o que se possa passar atrás da linha do seu horizonte restrito, que faz pela vida “como sempre se fez”. São estas as personagens escolhidas pelo autor, depois de o ter feito com os neerlandeses e ter colhido o fruto de quem tem a rudeza de confrontar um povo com a sua outra face.

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