
Rui Cardoso Martins regressa a Portalegre — e ao protagonista alter ego da sua estreia literária — num romance melancólico e festivo que é um triunfo da arte de narrar
Rui Cardoso Martins regressa a Portalegre — e ao protagonista alter ego da sua estreia literária — num romance melancólico e festivo que é um triunfo da arte de narrar
No seu primeiro romance, “E Se Eu Gostasse Muito de Morrer” (2006), Rui Cardoso Martins, jornalista experiente, já então muito elogiado pela qualidade literária das suas crónicas, fincou pé na ficção portuguesa com uma distinta voz autoral e, sobretudo, com aquela rara centelha do génio narrativo que consiste em contar uma história (ou uma enxurrada delas) na medida certa: sem nada a mais, sem nada a menos. O protagonista, Cruzeta, um óbvio alter ego, era um rapaz que transportava uma granada no bolso do kispo, talvez com ideias de se fazer rebentar com ela — nada que destoasse muito na cidade do interior (Portalegre) onde tudo se passava, ou não fosse aquele um lugar, como o restante Alentejo, onde a ideia da morte e do suicídio paira, omnipresente, sobre pessoas e paisagens, ao ponto de até o próprio coveiro se matar.
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