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Camões, que sabemos nós? Duas biografias sobre o prazer, glória e desgraça do poeta

Nos 500 anos do nascimento do poeta, de algumas coisas podemos ter certeza. Desde logo que Camões, embora de origem nobre, era pobre. As quase duas décadas que passou no Oriente forneceram-lhe o material para escrever o seu grande poema épico
Nos 500 anos do nascimento do poeta, de algumas coisas podemos ter certeza. Desde logo que Camões, embora de origem nobre, era pobre. As quase duas décadas que passou no Oriente forneceram-lhe o material para escrever o seu grande poema épico
Nastasic/Getty Images

“Fortuna, Caso, Tempo e Sorte”, de Isabel Rui Novo, e “Camões — Vida e Obra”, de Carlos Maria Bobone: duas biografias de Luís de Camões vieram à luz em ano de (presumível) efeméride. Mas como separar a mitologia dos factos?

Luís M. Faria

Jornalista

Há muitas coisas que não sabemos sobre a vida de Camões. Em contrapartida, sabemos imenso sobre a sua psicologia — se é que sabemos. Nos seus poemas, em especial a lírica, há lamentos sobre amores mal sucedidos, azares da fortuna, desconcertos do mundo, misérias da vida, etc. Que alguns dos versos mais notáveis onde ele exprime esses sentimentos (“o dia em que nasci morra e pereça”, “Alma minha gentil que te partiste”) copiem parcialmente textos preexistentes — seja o livro de Job, poemas de Petrarca ou textos de autores romanos — não exclui forçosamente a autenticidade emocional. Quase toda a gente se lamenta com palavras alheias, de uma forma ou outra. Mas é legítimo especular se não existe às vezes um elemento de encenação literária.

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