
“As Flores do Riso” e “Um Homem em Declínio” partilham autor e personagem. Um relata como se sobrevive a um suicídio, outro é o prenúncio do suicídio real, aos 39 anos, de Osamu Dazai
“As Flores do Riso” e “Um Homem em Declínio” partilham autor e personagem. Um relata como se sobrevive a um suicídio, outro é o prenúncio do suicídio real, aos 39 anos, de Osamu Dazai
Quem conhece os romances de Yukio Mishima fica com a sensação, ao menos no que toca a “Um Homem em Declínio” (1948), de que Osamu Dazai (1909-1948) tem muitas afinidades com Mishima, excepto as políticas e as sexuais. Não é uma impressão falsa, ainda que Dazai seja notoriamente mais conciso e coloquial, menos poético e hierático. Um importante estudioso e tradutor de literatura japonesa, Donald Keene, explicou as diferenças, observando, a propósito de “Confissões de uma Máscara”, que Mishima usou uma máscara ficcional para se proteger e depois para tornar o rosto igual à máscara, enquanto Dazai, sentindo-se diferente das outras pessoas, usou uma máscara para se fingir igual a elas. A máscara de Mishima, continua Keene, escondia a sua sensibilidade, timidez e autocomiseração; a máscara de Dazai não escondia nada, muito menos a autocomiseração.
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