O antropólogo americano David Graeber (1961-2020) é um exemplo do pensador original que faz a sua carreira na universidade sem se adaptar inteiramente a ela. Anarquista assumido, foi proeminente no movimento Occupy Wall Street. O movimento passou, e Graeber continuou a publicar obras importantes de antropologia económica, sobre temas como a história da dívida e os chamados bullshit jobs, ou empregos da treta.
“O Princípio de Tudo”, escrito em parceria com o arqueólogo britânico David Wengrow, foi o seu último livro. É um texto tão inteligente como inteligível, cuja narrativa diverge da de outras obras recentes que pretendem contar a história da humanidade. A explicação habitual é que a agricultura mudou a sociedade humana, levando à acumulação de excessos e à criação de hierarquias e, em última análise, do Estado, num processo progressivo e universal.
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