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Salazarismo global: da capoeira de São Bento para o mundo

22 outubro 2022 8:53

Diogo Ramada Curto (Historiador)

No livro “O Estado Novo de Salazar: Uma Terceira Via Autoritária na Era do Fascismo”, Salazar deixa de ser visto com um provinciano para passar a ser o inspirador de um modelo de influência ecuménica

22 outubro 2022 8:53

Diogo Ramada Curto (Historiador)

Em “O Estado Novo de Salazar: Uma Terceira Via Autoritária na Era do Fascismo” (Edições 70), António Costa Pinto e uma equipa internacional de historiadores defendem um argumento inédito: o salazarismo, enquanto regime corporativo autoritário, serviu de modelo para a organização de outros sistemas políticos da era fascista. Da Holanda à França de Vichy, da Dinamarca à Estónia de Konstantin Päts, da Hungria à Grécia de Ioannis Metaxas, sem esquecer, na América Latina, Equador, Peru, Colômbia, Argentina, Chile e Brasil — o modelo português do Estado corporativo teve difusão a uma escala global.

Mihail Manoilescu — antissemita, ministro dos Negócios Estrangeiros da Roménia em 1940 — escreveu que, se a Roménia tivesse empreen­dido uma reforma corporativa, “ter-nos-íamos tornado um Estado corporativo autêntico e sincero, como o português”.