3 setembro 2022 13:57

Quando publicou “Escrítica Pop”, em 1981, faltavam alguns anos para Miguel Esteves Cardoso se tornar no primeiro director do jornal “O Independente”
antónio pedro ferreira
Miguel Esteves Cardoso na casa dos vinte, entre Portugal e Inglaterra, leitor do “New Musical Express”, colaborador de “O Jornal” e do “Se7e”, devoto a Joy Division e a entender a música pop como descartável
3 setembro 2022 13:57
“Escrítica Pop” tem, como os discos de vinil, um lado A e um lado B, ainda que esses lados não correspondam exactamente às duas partes do livro, uma contendo a colectânea homónima de 1982, a outra recuperando um ensaio longo de 81, “O Ovo e o Novo”. A dicotomia aqui é entre “impressões” e “teorias”, mas umas decorrem naturalmente das outras, sem ser necessário virar o disco.
Miguel Esteves Cardoso, então na casa dos 20, vivendo entre Portugal e o Reino Unido, leitor do “New Musical Express”, colaborador de “O Jornal” e do “Se7e”, entendia a música pop como descartável, sem futuro. Diz isto como um elogio, ou antes, como um facto. Música do presente, a pop responde a uma necessidade lúdica, física, dançável, e reage a uma insatisfação sociopolítica, geracional. É efusiva, zangada, imediata, efémera. Aquilo que traz de “novo” pode tornar-se o “ovo” do que vem a seguir. Mas há novidades que não sabemos de onde vêm, e outras que não deixam descendência.
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