
Obsessiva e em permanente expansão, a obra da japonesa Yayoi Kusama é um rio caudaloso de energia visual e sobressalto interior. Uma retrospectiva de 1945 até à atualidade continua em Serralves, no Porto, até 29 de setembro
Obsessiva e em permanente expansão, a obra da japonesa Yayoi Kusama é um rio caudaloso de energia visual e sobressalto interior. Uma retrospectiva de 1945 até à atualidade continua em Serralves, no Porto, até 29 de setembro
Jornalista
Bolas. Com elas pode-se fazer tudo. Com triângulos também e com quadrados idem. É pouco para definir um artista e também não é isso que define Yayoi Kusama, como algumas caricaturas sugerem. Essa marca pessoal é só a expressão individualizável de uma energia criativa imorredoura que teve sempre dificuldade em conter-se em cânones e contracânones. A segunda tentação é atribuir essa errância à doença mental (Kusama é esquizofrénica) e claro que isso abre sempre uma discussão sobre as relações entre arte e perturbação que nos conduz a uma linhagem que inclui Van Gogh, Artaud ou o Bispo do Rosário, entre muitos outros, e que aqui só interessa cultivar para pensar se está na raiz de uma arte que produz visões dissonantes do senso comum.
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