Exposições

Um cubo sem fim para redescobrir a obra de Pomar

1 janeiro 2023 11:12

José Luís Porfírio

José Luís Porfírio

texto

Jornalista

antónio jorge silva

Embrião de múltiplas exposições futuras, tal e qual como a obra de Pomar, que continuamente vamos redescobrindo

1 janeiro 2023 11:12

José Luís Porfírio

José Luís Porfírio

texto

Jornalista

Quando hoje se fala do cubo branco como espaço de exposição (modernista), está quase sempre implícita uma crítica à sua finitude. Ora, o espaço expositivo do Atelier-Museu Júlio Pomar é um cubo que não parece ter limitações, é algo que salta para fora de si mesmo sobretudo através de uma série, sábia e sensível, de exposições onde a obra de Pomar dialoga com outros artistas, as mais das vezes de gerações que lhe sucederam, com efeitos fortes e inesperados, emprestando uma surpreendente plasticidade ao espaço onde esse encontro se realiza.

As mutações foram constantes ao longo dos anos: da afirmação de um axis mundi com Julião Sarmento, ao lixo transfigurado em gesto vertical com Pedro Cabrita Reis, ao cursivo tridimensional com Rui Chafes, à dança com Sónia Almeida. Na presente exposição a situação é diferente: não há um conjunto, mas obras de Júlio Pomar (1926-2018) escolhidas para interagir caso a caso com pequenos núcleos-peças de André Romão (n. 1984) e Jorge Queiroz (n. 1966), e ainda com uma instalação de Susanne Themlitz (n. 1968), esta última numa situação de grande visibilidade, ocupando uma grande parte do espaço.