
Melodrama vibrante, “A Besta” põe a girar à sua volta outros géneros cinematográficos — e traz um papel soberbo de Léa Seydoux. Falámos com o realizador Bertrand Bonello
Melodrama vibrante, “A Besta” põe a girar à sua volta outros géneros cinematográficos — e traz um papel soberbo de Léa Seydoux. Falámos com o realizador Bertrand Bonello
A palavra hibridismo aplicada ao cinema é coisa torpe e desajeitada que nenhum filme merece, dá vontade de dizer que “híbridos” são os carros (alguns), deixem mas é os filmes em paz, cada adjetivo no seu galho. E, no entanto, apesar de o termo ser desprovido de toda a graça, até se ajusta a uma proposta tão singular como “A Besta”. Porque é um filme orgulhosamente conceptual, mas que não se deixa nunca prender nos seus artifícios, nem nos cansa com as suas teorias. Porque é tanto uma história romanesca de início de século XX (recorda “A Idade da Inocência”, a do livro de Edith Wharton e a do filme de Scorsese), em torno dos destinos sentimentais de um casal de amantes que vão retendo o desejo ao longo dos tempos sem conseguirem chegar a um acordo, como uma ficção científica a testar cronologias e perceções da realidade, convidando pelo meio uma ideia de filmes de terror que podia vir de “Halloween”.
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