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Festival de Veneza: uma história de solidão, a revelação Olivia Wilde e uma nota portuguesa de esperança

Florence Pugh em “Não Te Preocupes Querida”, de Olivia Wilde
Florence Pugh em “Não Te Preocupes Querida”, de Olivia Wilde

Cinco anos depois de “Três Cartazes à Beira da Estrada”, Martin McDonagh voltou a Veneza para apresentar, em competição, “The Banshees of Inisherin”, uma história de solidão e desespero. Fora de competição, e com estreia em sala a 22, foi exibido “Não Te Preocupes Querida”, um muito original ‘thriller’ de ficção científica de Olivia Wilde, atriz convertida em realizadora. Com Veneza a meio curso, chegou ainda o primeiro filme português: “Lobo e Cão”, de Cláudia Varejão

Festival de Veneza: uma história de solidão, a revelação Olivia Wilde e uma nota portuguesa de esperança

Jorge Leitão Ramos

Crítico de Cinema

Cinco anos depois de “Três Cartazes à Beira da Estrada”, Martin McDonagh voltou a Veneza onde apresentou, em competição, “The Banshees of Inisherin”. É uma história de solidão e desespero, filmada nas ilhas Aran, ao largo de Galway, na Irlanda, onde Pádriac vê Colm, o seu amigo de todos os dias, dizer-lhe que não quer mais nada com ele. Não tem motivo concreto, simplesmente não quer perder tempo com ele, na conversa e nos copos. Tempo, todavia, é o que aqueles ilhéus mais têm, em particular um século atrás, quando a Guerra Civil (terminada com a divisão da Irlanda em dois Estados) troava em terra firme. Mas Pádriac não se conforma com a rude ruptura que o seu parceiro de pub lhe impõe. Às insistências de aproximação do amigo, Colm vai reagir de um modo surpreendente e drástico. O filme, admiravelmente escrito, caldeia humor e dramatismo com total eficácia (já “Três Cartazes à Beira da Estrada” tocava o mesmo compasso), enquadrando a beleza rude da paisagem com a severidade dos personagens. A interpretação tem a grande mestria da escola britânica ferrada num quadrunvirato de atores especiais: Colin Farrell, Brendan Gleeson, Kerry Condon e Barry Keoghan.

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