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“As pessoas querem saber a verdade”: entrevista a Elena Kostyuchenko, repórter do jornal ucraniano “Novaya Gazeta”, autora de “Amo A Rússia”

Elena Kostyuchenko nasceu em Yaroslavl, na Rússia, em 1987. Começou como jornalista aos 14 anos
Elena Kostyuchenko nasceu em Yaroslavl, na Rússia, em 1987. Começou como jornalista aos 14 anos
D.R.

Elena Kostyuchenko foi repórter do “Novaya Gazeta” antes de o jornal ser proibido. Reportou da Ucrânia após a invasão russa. No seu livro “Amo a Rússia” colige reportagens e fragmentos da sua biografia. Falou ao Expresso a partir dos EUA, onde está exilada há um ano

O jornalismo a sério é das atividades mais perigosas, quando não impossíveis, na Rússia de hoje. Entre os heróis que perderam a vida ou a liberdade nesse empreendimento conta-se um número não despiciendo de mulheres, a começar por Anna Politkovskaya. Assassinada em 2006, foi o modelo de Elena Kostyuchenko, uma jornalista nascida em 1987 que mal teve tempo de a conhecer quando ambas trabalharam no “Novaya Gazeta”, um dos raros media independentes que então existiam na Rússia. Falando ao Expresso, Kostyuchenko evita criticar o jornalismo ocidental, mas é inevitável o contraste entre uma prática focada na intriga política e outra que lida com temas de alto impacto, e não raro perigosos. Além de jornalista, Kostyuchenko multiplicou o risco com o seu ativismo gay, e foi presa após uma manifestação por ocasião dos Jogos Olímpicos de inverno em Sochi. Sobretudo após a sua cobertura da guerra na Ucrânia, tornou-se impossível permanecer na Rússia. Mas lamenta não poder continuar a reportar no seu país, sobre e para russos. A sua antologia “Amo a Rússia — Histórias de um País Perdido” (Temas e Debates), não é verdadeira apenas no título.

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