Exclusivo

Culturas

Como o mundo viu o PREC: em Almada, 30 fotógrafos estrangeiros mostram o Portugal revolucionário de 1974 e 1975

Évora, 1975: comício do PCP fotografado por Jean-Paul Paireault
Évora, 1975: comício do PCP fotografado por Jean-Paul Paireault
Jean-Paul Paireault

Durante um ano e meio, Portugal recebeu a atenção do mundo. Fotógrafos como o recentemente falecido Sebastião Salgado vieram cá e produziram imagens notáveis. Em Almada, a exposição “Venham Mais Cinco” exibe um olhar “estrangeiro” sobre o processo revolucionário em Portugal entre 1974 e 1975. São duas centenas de imagens de 30 fotógrafos

Luís M. Faria

Jornalista

A abrir a exposição de fotografia “Venham Mais Cinco”, que inaugurou em Almada, surgem fotografias de um tanque desembocando da Rua do Alecrim na Praça Duque da Terceira, no Cais do Sodré, em Lisboa. O tanque, que parece enorme naquela rua estreita, e talvez tenha vindo do Largo do Carmo, onde no dia anterior Marcelo Caetano se rendeu aos militares vitoriosos, está rodeado de povo que não se sente intimidado por ele, antes pelo contrário. Isto não é o golpe fascista de Pinochet no Chile em 1973. É um golpe militar pacífico e está a devolver a Portugal a liberdade, após meio século de ditadura. Quem recorda esses dias não esquece o sabor a felicidade sentido por uma larguíssima maioria das pessoas. Era a Guerra Colonial que ia terminar e a promessa de uma vida melhor. As pessoas na rua conviviam com os militares e havia uma informalidade geral que se traduzia na imagem, um pouco mais à frente, de um soldado na janela de um tanque a ler um diário.

Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para continuar a ler

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate