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“Sou um homem sem mãos”: o grito de raiva e esperança de Hanif Kureishi após a tragédia

Hanif Kureishi fotografado em outubro passado no Barbican Centre, em Londres, por ocasião do relançamento do seu primeiro romance,  “O Buda dos Subúrbios”
Hanif Kureishi fotografado em outubro passado no Barbican Centre, em Londres, por ocasião do relançamento do seu primeiro romance, “O Buda dos Subúrbios”
Dave Benett/Getty Images

Escrito durante um ano em que passou por quatro hospitais em dois países até estar em condições mínimas de regressar a casa, na zona oeste de Londres, “Destroçado” foi ditado a Isabella, a sua atual mulher, e aos filhos. É o primeiro livro do autor de “Intimidade” e “O Buda dos Subúrbios” após o acidente que, em 2022, o deixou paralisado.

Tudo começa, na verdade, pelas mãos. Nada faria prever esse início de tudo no mundo, de que dependem as mínimas coisas como coçar-se ou levar comida à boca, mudar a página de um livro ou carregar num botão para ligar ou desligar a TV. Ou escrever. Tudo começa no nosso não pensamento sobre uma mão e para o que serve, na normal, despercebida e inconsciente bonança de a poder usar. E pelo que acontece quando, de repente, se torna uma “coisa estranha”, um objeto inerte, rígido e indócil. “Sou um homem sem mãos”, escreve às tantas Hanif Kureishi no livro “Destroçado”, que acabou de ser lançado em Portugal pela Relógio D’Água e no qual o escritor, dramaturgo e argumentista conta aquilo em que a sua vida se transformou desde que, a 26 de dezembro de 2022, um acidente o deixou paralisado.

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