Em 1941, Peggy Guggenheim, a lendária mecenas, dona de uma das mais importantes coleções de arte do século XX, atravessou o Atlântico em direção aos Estados Unidos. Depois de alguns anos em Londres, onde, sob influência de Marcel Duchamp, começou a integrar-se no mundo das vanguardas artísticas e abriu uma galeria de arte, partiu para Paris, onde colecionou arte com o intuito de fazer um museu. Tal como tantos outros artistas e intelectuais fugidos da Grande Guerra que assolava a Europa, chegou a Lisboa no verão de 41 e instalou-se durante algumas semanas no Grande Hotel Itália, no Monte Estoril, enquanto aguardava autorização para voar para os Estados Unidos. Acompanhavam-na o alemão Max Ernst, fundador do movimento dadaísta com quem viria a casar e seu amante à época, o poeta e escultor Laurence Vail, primeiro marido de Peggy, os dois filhos de ambos, Sindbad e Pegeen, a então mulher de Vail, assim como os filhos do novo casal — e foi com esta troupe improvável que aterrou em Nova Iorque.
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