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O renovado Arpad Szenes-Vieira da Silva: como muda um museu

É a partir da relação entre o espaço do museu e a memória do lugar onde se insere que surge a exposição “331 Amoreiras em Metamorfose”, projeto curatorial que se vai transformando em cinco momentos distintos
É a partir da relação entre o espaço do museu e a memória do lugar onde se insere que surge a exposição “331 Amoreiras em Metamorfose”, projeto curatorial que se vai transformando em cinco momentos distintos

Nos 30 anos da Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva, Nuno Faria projeta o museu lisboeta no futuro. A ideia é ‘metamorfose’

O renovado Arpad Szenes-Vieira da Silva: como muda um museu

Ana Soromenho

Jornalista

O 30º aniversário da Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva (FASVS) coincidiu com a entrada em cena de Nuno Faria — curador e historiador de arte, anteriormente diretor do Centro Internacional das Artes José de Guimarães, em Guimarães (2013 a 2019), e do Museu da Cidade do Porto (2019 a 2022) — e assinala um regresso ao princípio do espaço idealizado por Maria Helena Vieira da Silva para albergar parte da sua obra e a de Arpad Szenes, 10 anos depois da morte do seu amado pintor húngaro. Ao escolher a antiga Fábrica de Tecidos de Seda, situada na Praça das Amoreiras, mesmo ao lado da sua casa-ateliê de Lisboa, como o lugar a partir do qual se poderia conservar e expandir a obra de ambos, a artista fez questão em manter as linhas sóbrias do edifício, pois acreditava que o despojamento era essencial para que o público pudesse usufruir da pintura. Quase diluído na atmosfera do jardim inaugurado em 1759 pelo marquês de Pombal para que ali fossem plantadas as amoreiras que serviriam de alimento aos bichos-da-seda para as fábricas instaladas em redor, o edifício atribuído ao arquiteto pombalino Carlos Mardel, com a sua austeridade, adequava-se inteiramente à forma como a artista idealizava o ambiente museológico da fundação. Contudo, ao longo destes 30 anos, várias intervenções foram sendo sedimentadas, alterando-lhe o carácter inicial.

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