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“Após a morte do meu pai, encontrei a voluntária Teresa, que partilhou comigo histórias contadas por ele”: entrevista a Tiago Rodrigues

“Após a morte do meu pai, encontrei a voluntária Teresa, que partilhou comigo histórias contadas por ele”: entrevista a Tiago Rodrigues
Christophe Raynaud de Lage

Tiago Rodrigues regressa aos palcos portugueses com “No Yogurt for the Dead”, peça criada a partir das últimas semanas de vida do seu pai, o jornalista Rogério Rodrigues. “É explícito o lado pessoal”, afirma, mas “não é mais pessoal do que as outras”, afirma o também diretor do Festival de Avignon numa conversa que é também sobre política e o momento atual da Cultura em Portugal

Nas últimas semanas de vida no hospital, o pai de Tiago Rodrigues, o jornalista Rogério Rodrigues (1947-2019), queria escrever uma reportagem sobre o que lhe estava a acontecer. Não a concluiu. Deixou um título: “Os mortos não comem iogurtes.” Tiago Rodrigues usa-o na sua nova criação — interpretada por Lisah Adeaga, Beatriz Brás e o casal Manuela Azevedo e Hélder Gonçalves, da banda Clã — que apresenta este mês em Lisboa e Braga. Num mundo em profunda mudança, “Catarina e a Beleza de Matar Fascistas”, estreada em 2020, continua a percorrer mundo. Foi considerada uma das melhores peças de 2024 pela “The New Yorker”. Quando foi apresentada no BAM — Brooklyn Academy of Music, um dos técnicos anotou, a cada dia, quanto tempo demorava o primeiro espectador a interromper o discurso do fascista, interpretado por Romeu Costa, e quanto tempo demorava para haver uma contestação global da plateia. Na edição de 2024 do Festival de Avignon, que dirige desde 2023, também a viragem radical à direita em França, e na Europa, levou-o a tomar posição. Diz que a luta que tem de ser travada é uma maratona, e a mudança não se faz sem o teatro. Nesse dia, respondia enquanto caminhava a pé por Paris, entre reuniões com parceiros do festival e um jantar com Jack Lang.

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