O cabelo loiro grisalho, o sorriso aberto, a resposta pronta - mas há um brilho, permanentemente irónico nos olhos que deixa em cada resposta a possibilidade de existir outra. David Lynch nunca parece estar a enganar-nos ou a conduzir-nos, para nos confundir. Ele explica, concretiza - e, todavia, as palavras não decifram nada e ver “Inland Empire” [o filme que à época se encontrava a promover] é uma experiência-limite que nenhuma proposição dita pelo realizador pode aclarar. Diante de David Lynch estamos como perante os seus filmes: fascinamo-nos no labirinto, o caminho não está sinalizado. A entrevista que se segue foi feita em Veneza, em setembro de 2006, no dia seguinte ao da estreia mundial do seu último filme.
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