O Mural de Alcântara. Pintado em 1975, na parede da entrada do Centro de Cultura Popular de Alcântara, efémero, aquele mural estava destinado a desaparecer com o andar dos anos e, por isso mesmo, julgava que nunca mais o poderia ver. Porém, pude tê-lo ali mesmo na minha frente, não no meio da rua no Largo do Calvário em Lisboa, mas no Teatro Municipal Joaquim Benite, em Almada, integrado na exposição “25 de Abril: Os Dias, as Pessoas e os Símbolos”, coapresentada pelo Arquivo Ephemera e pela Companhia de Teatro de Almada, dedicada ao cinquentenário do 25 de Abril. Ali se utiliza uma imagem à escala 1 por 1, com os seus 20 metros por três, adaptados à forma quadrangular da sala, numa cópia/ampliação fotográfica que mantém muito da força e do poder expressivo original. Além da emoção do reencontro com uma obra marcante, para mim a mais marcante de toda a ocupação do espaço urbano naquele tempo, a manifestação artística mais poderosa que se seguiu ao 25 de Abril, este reencontro com o Mural de Alcântara é ocasião e pretexto para memórias antigas, descobertas mais recentes e, agora, uma reavaliação.
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