Capitais Portuguesas da Cultura: Aveiro 2024, Braga 2025 e Ponta Delgada 2026
Não conseguiram capital europeia, mas não faz mal: Portugal terá também a sua capital da cultura. Até 2027, ano em que Évora assume as rédeas a nível europeu, as cidades candidatas que não foram selecionadas - Aveiro, Braga e Ponta Delgada - representam o epicentro da cultura nacional. A estreante do título, já em 2024, é Aveiro, seguindo-se Braga, em 2025, e Ponta Delgada, em 2026. As três beneficiam de um apoio de dois milhões de euros
Na mesma cerimónia que declarou Évora a Capital Europeia da Cultura 2027 (CEC27), o Ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, adiantou aos presentes que o Governo iria promover a Capital Portuguesa da Cultura, a começar com as três cidades não selecionadas, beneficiando de um apoio de dois milhões de euros.
A decisão de qual seria a primeira, que recairia sobre as quatro cidades candidatas à corrida, acabou por ser ditada pela soberania da ordem alfabética: é Aveiro a cidade que estreia este novo título já em 2024. À Veneza portuguesa segue-se Braga em 2025 e Ponta Delgada em 2026.
AVEIRO - O Quinto Elemento
Na sua candidatura a Capital Europeia da Cultura, Aveiro defendeu a cultura enquanto base essencial na unificação da comunidade aveirense, e quinto elemento da natureza, promovendo relações simbióticas entre os restantes quatro - a terra, o ar, a água e o fogo - que fazem de igual modo parte do ADN da cidade. É este coletivo que orientará Aveiro no futuro.
Em declarações à agência Lusa, Ribau Esteves, presidente da Câmara, garantiu estar a trabalhar para a execução dos objetivos patentes na programação cultural, e respetivos investimentos, que integravam a candidatura. “Seguramente alguns deles vamos integrá-los na programação da Capital Portuguesa da Cultura”.
Entre esses objetivos está a transformação do edifício da antiga biblioteca municipal em museuda Bienal de Cerâmica Artística; do antigo Colégio Alberto Souto numa academia de criatividade artística; a reabilitação dos terrenos da antiga lota que têm uma forte componente cultural e ambiental; o aproveitamento da Quinta da Costa, em Requeixo, para o Museu da Terra, além de outras intervenções de reabilitação urbana do espaço público.
“Queremos aproveitar essa condição que vamos ter para mostrar ao País, à Europa e ao mundo aquilo que é Aveiro como território, como terra de gente, terra de cultura, terra de trabalho” acrescenta.
BRAGA - Tempo de contemplação
D.R.
Sob este mote, escrevia-se um novo capitulo da história da cidade bracarense enquanto candidata à CEC27. Tendo o Bom Jesus do Monte como um dos principais postais convidativos de uma cidade profundamente enraizada na fé e na religião, o município apelou para um momento de contemplar o outro, com o objetivo de potenciar uma nova consciência que origina maior inclusão, justiça e sustentabilidade.
Ricardo Rio, presidente da autarquia, revelou à Lusa que Braga, embora tenha por base a Estratégia Cultural 2030, “algumas das ideias da candidatura a Capital Europeia da Cultura também serão concretizadas”.
Dentro das estratégias delineadas nessa candidatura à CEC27 estão projetos como a construção de um novo Museu de Arte Contemporânea no centro da cidade, a reabilitação e transição digital do Museu de Arqueologia D. Diogo de Sousa, a intervenção das ruínas do Teatro Romano, melhorar a acessibilidade com a reabilitação do Central de Camionagem ou um convite à natureza, através da criação de um festival que abre o Picoto a todas as utopias contemporâneas.
PONTA DELGADA - Natureza Humana
Visit Ponta Delgada
A cidade açoriana apresentou-se como a “Natureza Humana” aquando da sua candidatura à Capital Europeia da Cultura 2027. Agora com recursos mais limitados, recebendo uma verba de dois milhões de euros, para executar a estratégia em curso.
"Seremos a Capital Portuguesa da Cultura em 2026 e daremos a melhor sequência aos nossos ambiciosos e já traçados planos para mobilizar o setor cultural e criativo da cidade, projetando o nome e a cultura de Ponta Delgada e também dos Açores à escala nacional", disse o autarca Pedro Nascimento Cabral, citado em nota de imprensa.
No seu programa estavam previstas algumas obras de conservação e reabilitação. A título de exemplo, estaria incluída a Biblioteca Pública e Arquivo Regional, o Centro de Artes Contemporâneas e a Igreja da Graça.
Depois de Ponta Delgada, em 2027 Portugal não terá uma Capital Portuguesa da Cultura (CPC), uma vez que nesse mesmo ano Évora estará a exercer funções enquanto Capital Europeia. Mas o título a nível nacional continuará a ser atribuído anualmente, e para 2028 está ainda em aberto qual será a quinta cidade. Segundo o Ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, será através de um concurso público que se procede à decisão.
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