Como outras questões de saúde, e na verdade quase tudo hoje em dia, a liberalização das drogas tornou-se uma questão irremediavelmente política, com uma direita conservadora opondo-se a uma esquerda progressista. No Brasil, onde um Supremo Tribunal Federal (STF) de maioria progressista coexiste com um congresso dominado por grupos conservadores de forte influência evangélica, a recente sentença do STF que descriminaliza o consumo de marijuana (não o legalizando, note-se. É uma decisão que lembra a que foi tomada em Portugal há mais de 20 anos, embora aqui por via legislativa. Tal como em Portugal, o consumidor fica sujeito a medidas administrativas e educativas) suscitou acusações de “ativismo judicial”, ou seja, de interferência indevida em questões que devem ser propriamente decididas pelos legítimos eleitos do povo.
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